A Roma impressionou com a sua postura inicial. Usando o mesmo 3-4-3 que vestiu taticamente o time na virada épica sobre o Barcelona, nas quartas de final, a equipe treinada por Eusebio Di Francesco ganhava a briga pelo espaço no meio-campo e chegou a ameaçar o Liverpool.
O chute de Kolarov, mais adiantado pela esquerda em relação ao ala no flanco oposto, acertou a trave depois de uma falha clamorosa do goleiro Karius. Foi a única falha individual dos ingleses em toda a partida. A boa partida feita até então pela Roma acabou aos 26 minutos do primeiro tempo, quando o zagueiro Juan Jesus levou cartão amarelo.
Logo após o brasileiro ter sido amarelado, os donos da casa passaram a jogar mais pelo seu lado – e aproveitaram, também, a falta de apoio defensivo dado por Kolarov. No espaço de dez minutos, tiveram um gol impedido, acertaram a trave de Alisson e abriram o placar graças a um
Sem chances de defesa para Alisson.
O nocaute italiano veio nos acréscimos do primeiro tempo: destaque na criação de jogadas para os companheiros, Firmino deixou Salah na cara do gol. O passe virou a segunda assistência do brasileiro depois que o egípcio ganhou facilmente a disputa com o amarelado Jesus e
: 2-0, sem comemoração do camisa 11, pelo seu passado como jogador da Roma, mas com as cadeiras de Anfield em júbilo.
Se o primeiro tempo foi ruim para os italianos, o segundo chegou a dar pena. O estádio de Anfield testemunhou o ponto alto do Liverpool desde a chegada de Jurgen Klopp, que embora tenha acumulado várias goleadas [na atual temporada, por exemplo, goleou pelo mínimo de cinco gols em cinco oportunidades] conseguiu repetir o feito em um confronto semifinal de Champions League.
Intensidade, craque egípcio e boa leitura de jogo após um brasileiro ser amarelado construíram vantagem inglesa; mas os italianos ainda podem sonhar.
Aos 56’ foi a vez de Salah trocar o faro goleador pela vocação de maestro. Esbanjando o repertório espetacular que vem ditando sua temporada, o egípcio contribuiu com duas assistências: a primeira para Mané, a segunda para Firmino, que além de ter aparecido como um “9 clássico” para finalizar dentro da área ainda apareceu bem pelo alto, aos 68’, para fazer o quinto gol dos 'reds' de cabeça.
Uma vitória que deixa os ingleses com um pé na finalíssima, já que o exemplo da virada sobre o Barcelona é recente o bastante para não deixar os comandados de Klopp relaxarem. Acima de tudo, porque os ingleses também tiveram uma amostra do que esperar na próxima semana depois que Dzeko e Perotti fizeram dois gols, finalizando a partida em emocionantes 5-2 e criando chances para anotarem outros.
Ao Liverpool, o alerta de que nada é garantido; à Roma, a fé de que o raio pode cair duas vezes em um mesmo lugar. Aos fãs do futebol, a expectativa de mais um duelo recheado de emoção, intensidade e com grandes craques. Nesta terça-feira (24), os louros se concentraram em Salah... mas apesar do favoritismo que os 'reds' levarão para a Cidade Eterna, a sensação final é de que tudo é possível. Nós é que agradecemos.
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