Túnel quilométrico em área vulcânica pode abrigar base de proteção
para astronautas, segundo agência espacial japonesa. Tóquio tem plano ambicioso
de enviar uma sonda tripulada a Marte até 2030.
Cientistas da agência espacial do Japão descobriram uma enorme
caverna na Lua, que poderia futuramente abrigar uma base
para astronautas se protegerem de radiação e bruscas alterações de temperaturas.
Dados retirados da sonda espacial de órbita lunar Selene confirmaram a existência de uma caverna de aproximadamente 50 quilômetros
de comprimento e 100 metros de largura. Cientistas acreditam
que a cavidade se originou por uma atividade vulcânica ocorrida
há cerca de 3,5 bilhões de anos.
A descoberta foi publicada nesta quinta-feira (19) na revista científica
americana Geophysical Research Letters. "Nós tínhamos conhecimento
sobre esses locais que se acreditava serem tubos de lava,
mas sua existência não estava confirmada até então", diz Junichi Haruyama, pesquisador da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão.
O túnel subterrâneo, localizado sob uma área vulcânica chamada Marius Hills, ajudaria a proteger astronautas de grandes variações climáticas e radiações prejudiciais a que estariam expostos na superfície da Lua, segundo o especialista. "Na verdade, ainda não vimos o interior da caverna.
Há grandes esperanças de que sua exploração oferecerá mais detalhes", concluiu Haruyama.
O anúncio da descoberta ocorre após a revelação de um plano espacial ambicioso feita em junho pelo Japão, que pretende colocar um astronauta
na Lua por volta de 2030. Foi a primeira vez que a agência espacial japonesa divulgou como objetivo enviar um astronauta para além da Estação Espacial Internacional (ISS).
A estratégia é primeiramente se juntar a uma missão liderada pela
Nasa em 2025 para construir uma estação espacial na órbita da Lua,
como parte de um esforço de longo prazo americano para chegar a Marte.
Os EUA também anunciaram o comprometimento de enviar astronautas
à Lua.
"Queremos colocar novamente astronautas americanos na Lua,
não apenas para deixar pegadas e bandeiras, mas para construir
as bases que precisamos para enviar americanos a Marte e além",
disse o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, no início do mês.
China e Índia também estão desenvolvendo seus programas espaciais. Em novembro, a nave espacial Shenzhou-11 da China retornará à Terra trazendo dois astronautas da missão orbital mais longa já realizada pelo país. Pequim também revelou ilustrações de uma sonda e um veículo exploratório que pretende enviar a Marte até o fim da década.
A Nasa e outras agências espaciais globais seguem trabalhando
no projeto de enviar astronautas ao Planeta Vermelho até o fim
da década de 2030.
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