INFLAÇÃO AUMENTOU EM MARÇO E ESTÁ NOS 21% A UM ANO

ANGOLA. A taxa de inflação em Angola voltou a subir entre Fevereiro e Março, com o acumulado dos últimos 12 meses a permanecer acima dos 20%, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) angolano.

Segundo o relatório mensal do INE sobre o comportamento da inflação, o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN) registou uma variação de 1,44% em Março, contra os 1,26% de Fevereiro e os 1,47% de Janeiro.

Ainda assim, este registo contrasta com o pico mais recente, de 2017, entre Setembro e Outubro, período em que os preços em Angola aumentaram 2,39%, logo após as eleições gerais de agosto.

O pico da inflação mensal em Angola nos últimos anos registou-se em Julho de 2016, quando, no espaço de um mês, os preços registaram um aumento médio de 4%.

A inflação acumulada a 12 meses desceu em Março, 20,9%, refere o mesmo relatório.

Segundo o INE, a subida de preços em Março de 2018 foi influenciada sobretudo pelos sectores “Bens e Serviços Diversos”, com 3,20%, pelo “Lazer, Recreação e Cultura”, com 2,30%, pelo “Vestuário e Calçado”, com 1,98%, e pelo “Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção”, com 1,71%.

Os aumentos de preços no terceiro mês do ano foram liderados pelas províncias da Cuanza sul (2,30%), Lunda Norte (2,18%), Cunene (2,13%) e Namibe (2,03%), enquanto as com menor variação foram Benguela (1,33%), Huíla (1,37%), Luanda (1,38%) e Cuando Cubango (1,42%).

Desde Setembro de 2014 que a inflação em Angola não para de aumentar, acompanhando o agravamento da crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra na cotação internacional do barril de petróleo bruto, o que fez disparar o custo, nomeadamente dos alimentos.

O Governo angolano prevê chegar ao final de 2018 com uma inflação acumulada de 28,7% (entre Janeiro e Dezembro), mas a previsão é abalada depois de, nos dois últimos anos, ter visto a meta largamente ultrapassada e sempre a dois dígitos, devido à crise.

A concretizar-se, este será o segundo valor anual da inflação mais alto desde 2004 em Angola.

A previsão para 2018 é desde logo condicionada pelo novo regime flutuante cambial, em que a taxa de câmbio é definida pelo mercado, nos leilões de divisas realizados pelo Banco Nacional de Angola para os bancos comerciais.

Nos primeiros três meses deste regime, o kwanza sofreu uma depreciação de 31% face ao euro e de 22% para o dólar norte-americano, o que poderá agravar os custos de importação do país.

Entre Janeiro e Dezembro de 2016 (12 meses) os preços em Angola subiram praticamente 42%, segundo os relatórios anteriores do INE sobre o IPCN.

Em todo o ano de 2017, a subida acumulada nos preços foi 23,67%, registo muito superior à previsão de 15,8% para o período entre Janeiro e Dezembro que o Governo inscreveu no OGE.

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